Parece que a noite levou o
melhor de mim. Tentei, eu juro que tentei, mas parece que é preferível meter
uma bala na cabeça. Uma pausa nos meus pensamentos, na minha vida e depois de
todo, o santo dia, cheio de preocupações e análises, o que me aguarda durante a
noite não é o descanso, és tu.
Não vejo o tempo em que
costumava ser feliz, essas memórias parecem ter perdido todo o significado e as
palavras magoam, por vezes chegam a ser as piores armas em combate… e tu
soubeste como combater, soubeste planear a estratégia exata do que seria um
excelente fim, uma grandiosa vitória.
Os meus sonhos tornaram-se
pesadelos e as minhas músicas, transformara-se em notas quebradas de um pranto silencioso,
tudo por causa do teu orgulho. Quem havia de dizer que eras assim? Realmente
não se pode confiar nas aparências… fui cega admito, mas ao ser cega também
deixei de o ser, se é que me entendes realmente.
Acordei finalmente, já
deixei de ser a bela adormecida, que sonhava acordada, agora, fico-me pelo
veneno da maçã que é bem mais saudável que o meu antigo amor por ti. O
sapatinho de cristal agora está estilhaçado e só me aguarda o escuro oceano que
não tem nada para mim mas que me aguarda. Contos de fadas retorcidos pela mais
pura escuridão - é macabro admito – mas prefiro
encarar o puro horror a ter de te olhar na cara outra vez, assim ao menos sei
que os meus pesadelos provêm de um filme de terror e não das tuas memórias…
Diana Silva
A sinceridade